


Vitrine 18
Tema: O Caminho das Tropas em Brumadinho


Caminho das Tropas
Ainda no século XVIII, nos arredores de Piedade do Paraopeba, vão surgir muitas roças e fazendas voltadas para produção agrícola e pastoril, devido à proximidade com os principais centros de mineração. Os gêneros agrícolas cultivados na região eram comercializados por tropeiros nos núcleos mineradores.
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Nesse período, as tropas eram compostas por um número variável de animais, que carregavam os produtos em grandes cestos (bruacas) dispostos em seus lombos. Os animais eram guiados pelo condutor e acompanhados pelos tropeiros e, às vezes, um arrieiro compunha o grupo - pessoa responsável por arrear, colocar as cargas nas mulas e inspecionar a tropa. Esses comboios viajavam por longas distâncias, seguindo por picadas e trilhas ou pelos caminhos oficiais, para levar os mais variados itens para serem comercializados na região das Minas.
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Os arraiais de São José do Paraopeba, Jesus Maria José da Boa Vista (Aranha) e Piedade do Paraopeba tornaram-se rota das tropas, que vinham de Pitangui para alcançar o caminho para o Rio de Janeiro ou Vila Rica. A região tinha boas pastagens para a engorda do gado, além de terras férteis, produzindo itens variados, como feijão, milho, arroz, farinha de mandioca, fubá e outros. Algumas fazendas da região se destacaram na produção de gêneros alimentícios, a Fazenda dos Martins (antes denominada Fazenda Boa Vista) e a Fazenda dos Gorduras, já no século XIX.
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As tropas que vinham de Santana do Paraopeba (atual distrito de Belo Vale) transpunham o rio em São José do Paraopeba e de lá seguiam para Aranha - neste ponto, o caminho bifurcava em duas rotas. A primeira rota passando por Piedade do Paraopeba em direção aos Picos do Itabira ou Itacolomi e Vila Rica; a segunda rota passando por Casa Branca e pela Serra do Rola Moça, até alcançar Curral del Rei e outros arraiais.
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As tropas só deixaram de atravessar o território por volta de 1950, conta Valdir Oliveira em seu livro. Dada a dificuldade de acesso a algumas regiões do município, os tropeiros continuaram a levar parte da produção para vender no Mercado Central de Belo Horizonte. E, na volta, levavam produtos da capital e de outros lugares para abastecer o comércio local, carregando consigo também as informações e notícias para os pontos mais distantes de Brumadinho.
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Essa atividade marcou a história de Brumadinho e a cultura local. Ainda hoje, alguns trechos percorridos pelas tropas estão preservados, caso dos trechos com calçamento na Serra da Calçada e do trecho que preserva a denominação “Caminho das Tropas”, próximo à Suzana, sendo atrativos turísticos do município.
Fontes:
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Entrevista: José Barbosa
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BOTELHO, Angela Vianna. Comerciante. In: BOTELHO, A.; ROMEIRO, A. Dicionário Histórico das Minas Gerais Período Colonial. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. p. 122-116.
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CARDOSO, Wenderson. Educação Socioambiental para a preservação do amanhã: bioma e cultura: estudo de caso: Distrito de Piedade do Paraopeba, Brumadinho-MG. 1. ed. Belo Horizonte: Literato, 2011.
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JARDIM, Décio; JARDIM, Márcio. História e Riquezas do Município de Brumadinho. Belo Horizonte: Prefeitura de Brumadinho/Fundação Mariana Resende Costa, 1982
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OLIVEIRA, Valdir Castro. Mídias Locais, História e Desenvolvimento de Brumadinho – 1910-2013. São Paulo: DNA Digital Gráfica Eirelle: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura/ Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, 2022.
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SANTANA, Suzana Leal. Casa Branca Re.Vista. Belo Horizonte: edição da autora, 2023.
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Fotos: Acervo Pessoal Lázaro Eustáquio
Galeria de fotos com recolha, tratamento e exposição
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